quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Conto - O Inicio da Aventura.

O jovem meio-elfo parou e olhou o imenso salão os poucos adeptos que permaneciam no mosteiro isolado na montanha, estavam ocupados limpando o local como faziam todo os dias. Ele suspirou e entrou no local pensando na importância daquele ato, manter limpo e ordenado o templo de seu deus era um dos ensinamentos mais sagrados passado pela ordem dos clérigos de Tripole.

Hoje era um dia especial para esse jovem clérigo, pois finalmente a graça de seu deus sorriu para ele e lhe foi ordenado que deixa-se o local onde sempre havia o marasmo que ele detestava, queria saber quem ele era e o que poderia fazer pelos outros se aventurando no mundo. Desde que pode se lembrar foi criado naquele mosteiro e sonhava com o dia de deixar o lugar, não que detestasse estar ali, mas para um clérigo do deus das aventuras e desbravamentos ele se sentia preso esperando o momento de deixar o local e conhecer de vez o maravilhoso mundo que se abriria a sua frente.

Esse jovem chama-se Derek Zarrav, nome dado a ele pelos monges mais velhos quando encontraram a criança abandonada na porta do monastério, o jovem foi ensinado e educado pelos monges em diversas artes e na religião de um deus menor cultuado próximo a essa montanha que carrega informalmente o nome do deus, ou seja, Tripole o deus das aventuras.

Segundo essa religião todo clérigo do deus deve ao completar a idade adulta se aventurar pelo mundo e buscar maravilhas ocultas aqueles que temem se aventurar. Derek desde cedo queria se aventurar, mas por ser meio elfo demorou muito mais para atingir idade adulta do que os humanos que viviam no local.


Agora finalmente chegava sua vez e ele não escondia sua empolgação, agora que tudo estava, mas havia uma serie de ritos que ele deveria cumprir o que iria demandar a ele mais alguns dias preso na isolada montanha.

Passaram-se na verdade três dias desde que o Derek recebeu a noticia que poderia criar sua própria historia até o dia em que finalmente foi lhe permitido deixar o mosteiro, mas antes disso, o líder dos clérigos e monges ali presentes lhes disse:

Derek Zarrav! – disse Aram Maym – Devo te contar uma historia e lhe dá um conselho já que tu vai se aventurar nesse mundo sem nunca ter saído desse mosteiro.

“Quando encontramos você a porta de nosso mosteiro sem saber de onde vinhas e como alguém sequer conseguiu deixa-lo aqui nessa insólita montanha, o mundo era perigoso e estava em guerra, muitos de nossos clérigos foram aumentar as fileiras de vários exércitos, o tempo passou, mas o mundo não melhorou, a guerra continua a assolar o reino, mas dessa vez não uma guerra entre reinos, mas uma guerra espiritual, com criaturas do submundo emergindo sabe-se lá de onde, com ordens tentando dar golpes de estado e muitas outras coisas das quais nem sequer podemos imaginar. A necessidade de aventureiros qualificados nesse mundo, e é por isso que a você clérigo de Tripole foi dada a missão de aventurar-se, crescer e descobrir mais sobre os chamados Blackmonsters.”

“Mas meu jovem não seja tolo de acreditar que tudo nesse mundo deve ser batido de frente, o medo assola o coração de muitas pessoas e mais uma vez devemos mostrar a eles que o medo é um inimigo cruel que rouba nossa felicidade e liberdade, não deixe que o medo invada seu coração, mas ajuda aqueles que estão com medo através de atos de coragem a ver que existe um futuro esperando por eles e que eles devem correr para alcança-lo mesmo que para isso devem lutar com unhas e dentes”.

“Busque companheiros nessa sua jornada, mas não confie em todos que conhecer, pois o mundo fora dessas muralhas é muito sombrio e mal, mas lembre nos não lutamos nem pelo bem nem pelo mau, nosso deus é livre do maniqueísmo e nos assim também devemos ser, nos lutamos pela liberdade de andar e conhecer o mundo do jeito que queremos conhecer, através de aventuras”.

“Vamos agora decifrar o sonho que tu teve conte para nós o que o grande Tripole lhe mostrou em sonho meu jovem”.

Derek se surpreendeu com o fato de Aram saber sobre seu sonho, já que ele não havia contado  a ninguém que tinha tido aquele sonho estranho.

“Meu mestre – começou Derek timidamente – a três noites tive um sonho muito real, que me mostrou uma grande cidade murada, sitiada por um grande exercito, eu estava nessa cidade ao lado de um cavaleiro que usava um símbolo singular, no seu manto estava incrustado bordado em fios de um dourado muito atrativo a imagem de um cavaleiro montado tocando uma harpa. “

“Não sei o que aquilo significava, mas fiquei feliz em ver aquele símbolo, e mais feliz ainda por o cavaleiro ser corajoso e honrado em batalha, pois quando a batalha começou lutamos juntos com toda a força para conter o ataque, não sei dizer se conseguimos contê-lo, pois o numero de inimigos era muito maior que o numero de defensores, mas sei que o grande e poderoso Tripole estava feliz com minha participação ali, pois todas as benções que pedia a ele eram atendidas de forma imediata, quando a luta estava em seu ápice eu acordei soado e chorando de tão emocionado.”

“Meu jovem Derek – disse Aram – os clérigos e guerreiros não saem desse monastério as cegas, nosso deus dá a eles um augúrio do que o espera se seguir em sua missão conforme o desígnio de nosso deus, já o simbolo que tu viu no manto do cavaleiro é o que identifica uma sagrada ordem de elite de Tripole, são chamados de cavaleiros desbravadores, e somente os aventureiros mais destemidos, são chamados a somar em suas fileiras. “

“Vejo que seu destino está ligado ao dessa ordem, logo já temos o primeiro passo que deves dá, os outros lhe serão revelados a medida que caminhas, deves sair daqui e rumar para a cidade de Roses, a capital de nosso reino é lá também que fica a sede desses cavaleiros.”

“Pode agora preparar-se para ir quando assim lhe convir, demos a ti a educação necessária, para falar a língua mercanti e a élfica, com isso poderás se comunicar corretamente com os habitantes desse reino, também lhe ensinamos sobre como usar o dinheiro, mas não temos nenhum para ti dá logo terás nessa parte que usar de sua criatividade para conseguir as peças de cobre e prata que precisas, se um dia vires uma de ouro é porque és bem sucedido. Também tem conhecimento de geografia e historia do local, mas não temos mapa, só podemos lhe dizer que a cidade que procuras fica a oeste da entrada desse mosteiro, sem mais para o momento, desejo-lhe sorte em sua aventura. “

Derek julgou ver um rápido sorriso no canto dos lábios de Aram, mas depois não viu mas nada, como estava com presa, não pensou direito enquanto se preparava para sair e pegou poucos mantimentos, pois o que mais queria era conhecer o mundo e quem sabe conseguir alguma pista sobre seus pais nessas terras tão grandes que se abririam perante seus olhos.

Quando passou pelo portão da entrada do mosteiro viu os únicos oito monges que ali restavam e que provavelmente não veriam tão cedo novos membros, despediu-se de todos, pois sabia que assim que saí-se por aqueles portões de madeira, esses jamais voltariam a ser aberto para ele.

Ao passar pelos portões ficou extasiado com a visão privilegiada que estava tendo, já que nunca havia passado para esse lado dos portões ele se surpreendeu com o fato de está em uma parte plana na subida da montanha a dezenas de metros acima do solo, ele sabia que o mosteiro ficava na montanha, mas não no alto dela.

A montanha continuava acima do local do mosteiro e agora ele podia vê o que era aquela eterna parede no norte do prédio, um sorriso lhe veio aos lábios e ele ficou ali um tempo olhando para as rochas que subiam ainda centenas de metros acima, depois voltou-se na direção contraria olhando para o Sul e vendo lá em baixo lindas planícies ondulantes se estendendo por uma imensidão de terra até sumir de vista.

Por isso – pensou em voz alta – somente os monges podiam vir aqui fora buscar alimentos nas plantações, para um clérigo talvez fosse muita distração vê essa linda paisagem, todos sabem que um verdadeiro clérigo de Tripole ao vê essa imensidão de terra iria querer percorrer cada centímetro dela.

Continuou ali olhando por uns cinco minutos, olhando de longe aquela terra que lhe parecia tão tranquila e convidativa, os únicos sons que se ouviam era os do vento e quando muito o de algum pássaro que passava perto de onde estava.

Olhou mais uma vez para o mosteiro que sabia que jamais veria novamente, e um sentimento de saudade passou rapidamente por sua mente, mas logo foi dissipado, ele olhou mais uma vez para a planície e pensou em voz baixa:

Bom o que estou esperando?

Depois começou a descer pensando sempre quais aventuras iriam esperar por ele a frente, mal sabia ele que a própria decida seria uma perigosa aventura...

Continua.


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